Há quem associe o nome Cagliostro a Giuseppe Balsamo, embora esse facto não esteja provado.
Uma das mais contraditórias e expressivas personalidade dos bastidores espiritualistas do "século das luzes". Nascido num bairro judaico em Palermo, a sua curta e intensa existência encerrou a transição de um longo ciclo de obscurantismo e o alvorecer de novas e sublimes luzes espirituais.
Uma das mais contraditórias e expressivas personalidade dos bastidores espiritualistas do "século das luzes". Nascido num bairro judaico em Palermo, a sua curta e intensa existência encerrou a transição de um longo ciclo de obscurantismo e o alvorecer de novas e sublimes luzes espirituais.
Iniciado e Iniciador, alquimista, místico, mestre maçom, médico, farmacêutico, curador de doenças do corpo e da alma, poliglota, venerado por nobres e indigentes, era, no entanto, difamado e tido por alguns como revolucionário, charlatão, herege, infame...
Desde cedo foi internado em seminário e, posteriormente, num mosteiro beneditino. Após vários anos, fugiu para se juntar a um bando de vagabundos errantes, que cometiam crimes, incluindo assassinatos. Foi preso várias vezes.
Aos 17 anos, ter-se-á interessado pela Alquimia, associando-se a Marano, que conhecera muitos alquimistas que se diziam capazes de transmutar metais mas, após algum tempo, convencido pelo espírito envolvente de Cagliostro, passou a acreditar que o mesmo tinha tal poder. Cagliostro enganou e roubou Marano.
Cagliostro viajou por todo o mundo, conhecendo o Egipto, Grécia, Pérsia, Índia e Etiópia, estudando Ocultismo e Alquimia.
Em 1768, Cagliostro regressou a Itália (Napoles), onde encontrou os mesmos bandidos que o ajudaram a atacar Marano. Passaram a administrar um Casino que trapaceava os incautos. Após ter sido descoberto pelas autoridades Cagliostro foi para Roma, onde se estabeleceu como médico.
Cagliostro viveu em Roma por algum tempo, até a Inquisição o acusar de heresia. Cagliostro fugiu para Espanha, posteriormente, regressou a Palermo, onde foi preso, após queixa de Marano. Cagliostro foi salvo das grades, depois de ludibriar um nobre alquimista, roubando-lhe 100 mil coroas.
Em 1770 fugiu para Inglaterra anunciando ter descoberto um grande segredo alquímico, onde conheceu S. Germain em Londres, que o iniciou nos rituais ocultistas do antigo Egipto. Fundou Lojas Maçónicas, baseadas em Rituais Egípcios, em Inglaterra, Alemanha, Rússia e França.
Em 1772 foi para Paris, onde passou a vender elixires médicos. Luis XVI interessou-se por Cagliostro, que passou a entreter a corte real com suas magias e contos. Por muitos anos Cagliostro foi adorado na Corte Francesa, até se envolver no “caso do colar da Rainha”. O seu envolvimento nesse escândalo, levou-o á Bastilha por seis meses e consequente expulsão de França.
Regressou a Roma em 1789 onde praticou sua medicina e tentou fundar uma Loja Maçónica. Foi preso pela Inquisição em 1791, acusado de heresia, bruxaria e prática de Maçonaria. Após 18 meses de deliberações, a Inquisição sentenciou Cagliostro à morte, pena que foi trocada, pelo Papa, por prisão perpétua. Cagliostro tentou fugir, mas foi preso novamente e transferido para a solitária do castelo de São Leo, perto Montefelto, onde morreu em 26 de Agosto de 1795.
A verdade é que, a despeito do mito e do mistério em torno de sua pessoa, Cagliostro foi possuidor de um magnetismo superior, dotado de capacidades espirituais, verdadeiro médium de seu tempo.
Oferecer de graça o que de graça recebera, era o seu lema, jamais aceitando qualquer tipo de pagamento pelos benefícios prestados, ao contrário, distribuindo os próprios bens aos necessitados que o cercavam.
Numa carta escrita pelo suíço Barkli lê-se que "ele é ainda melhor do que o conhecido Louis Claude de Sint-Martin (o Filósofo Desconhecido), em matéria de caridade. Os pobres, os aleijados, indigentes e abandonados encontravam sempre, em Cagliostro, o socorro de que necessitavam".